domingo, 26 de dezembro de 2010

No vácuo de Isinbayeva, Fabiana fecha ano de títulos e ganha confiança

Melhor do ano, saltadora ‘toma’ espaço deixado pela recordista mundial e ressalta a vontade de querer sentir outras vezes o gostinho da vitória

Por Lydia Gismondi Rio de Janeiro
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Fabiana Murer ganha o prêmio de atleta do anoFabiana Murer, eleita a Melhor do Ano
(Foto: Marcelo de Jesus / GLOBOESPORTE.COM)

Se o ano de 2010 poderia ser riscado da carreira vitoriosa de Yelena Isinbayeva, para Fabiana Murer, ele foi um divisor de águas. Sempre ofuscadas pelo brilho do maior nome da história do salto com vara, restava apenas às adversárias da musa russa disputar o papel de melhor coadjuvante. A fase ruim da recordista mundial, porém, foi muito bem aproveitada pela brasileira. Fabiana cresceu e apareceu. Ganhou títulos e confiança. E para coroar a temporada perfeita, foi eleita a Melhor Atleta do Ano, principal categoria do Prêmio Brasil Olímpico.

A boa fase se reflete na postura da saltadora de 29 anos. Como se soubesse que era o seu dia de brilhar, Fabiana não tirou o sorriso do rosto durante todo o Prêmio Brasil Olímpico, na noite desta segunda-feira, no Rio de Janeiro. Linda em um vestido longo estampado, estava à vontade com os holofotes e o assédio da imprensa. Embora não escondesse a expectativa pelo resultado, parecia calma e confiante. Um mergulho no mar poucas horas antes e a presença de sua família na premiação ajudaram no clima perfeito para sua coroação.

- Foi muito emocionante, fiquei muito contente. Foi um ano difícil, de muito esforço, mas foi o melhor da minha carreira. É muito bom ver que tudo isso deu resultado – disse Fabiana, que superou a maratonista aquática Ana Marcela Cunha e a dupla de vôlei de praia Juliana e Larissa na disputa pelo prêmio de Melhor do Ano.

Desde os Jogos Olímpicos de Pequim-2008, quando foi prejudicada pelo sumiço de uma de suas varas, a carreira de Fabiana sofreu uma reviravolta. A frustração de ver o trabalho de quatro anos jogado fora abalou a brasileira. Mas, aos poucos, ela conseguiu digerir o triste episódio e voltou a focar no futuro. Em 2010, com Isinbayeva em má fase e depois afastada das competições, soube aproveitar a chance para mostrar seu talento. Foi campeã do Mundial Indoor e da Diamond League. Tudo, no entanto, à base de muito esforço.

- A grande dificuldade que tive foi que, depois do Mundial, eu e o meu técnico (Élson Miranda, eleito o melhor treinador individual) decidimos aumentar a corrida. Eu saltava com 16 passadas e fui para 18. Duas passadas a mais pode parecer que não é nada, mas faz muita diferença. E eu não sabia muito bem como iria ser, se iria me adaptar bem. Então, foi um momento de muita insegurança – contou.

A mudança deu certo e ajudou a saltadora a conquistar títulos e prêmios. Mas, enquanto comemora a ótima temporada, já se prepara para um ano de muitos desafios que está por vir.

- Tem o Mundial, em agosto, que vai ser a principal competição do ano e que eu sei que tenho condições de disputar uma medalha. Mas também não vai ser fácil. Tem muitas atletas que estão bem, e tem Isinbayeva voltando. Então, eu sei que vai ser muito mais competitivo e que vou ter que treinar muito mais.

Mais forte e à vontade no papel principal, porém, Fabiana se sente melhor preparada para encarar as adversárias, principalmente a russa melhor do mundo.

- Acho que esse ano me deu uma confiança maior, além da vontade de querer sentir esse gostinho da vitória outras vezes.

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